Por Claudia Weinman, para Desacato. info.

 

Uma audiência pública presidida pela Deputada Estadual Luciane Carminatti (PT/SC) aconteceu na tarde dessa quinta-feira, dia 05, em Caibi, município localizado no interior do estado catarinense. A pauta foi levantada pela comunidade em defesa da permanência da escola do campo para que estudantes possam continuar tanto na pré-escola, quanto nas séries iniciais e as subsequentes.

 

Durante a audiência pais, educadores/as e estudantes expressaram a necessidade da escola para a comunidade. O prefeito da cidade Eloi José Libano, secretária de Educação, promotoria e outros membros da região foram convidados para a audiência mas não compareceram.

 

Após as manifestações a audiência encerrou-se diante de vários encaminhamentos. Além da comunidade votar pela permanência da escola também elaborou uma série de demandas que correspondem a contratação de segundo professor/a, coordenação pedagógica e direção que hoje estão em falta no espaço.

 

Não é de agora

 

Em entrevista com o Professor da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS) de Chapecó/SC e membro da Articulação Catarinense por uma Educação do Campo (ACECAMPO), Willian Simões, ele explicou que o fechamento de escolas do campo faz parte de um fenômeno nacional que se intensificou nos anos 90. Segundo ele, uma pesquisa recente da Universidade Federal de São Carlos detalha que entre 2002 e 2015 haviam sido fechadas mais de 30 mil escolas no campo no Brasil. “Nós fizemos um levantamento recente para Santa Catarina e constatamos que entre 2010 e 2016, cerca de 24% de escolas no campo fecharam, isso corresponde a mais de 200 estabelecimentos de ensino fechados”.

 

Simões falou ainda dos impactos do fechamento dessas escolas para a vida das crianças e da comunidade em geral. “O campo é o território de vida dessas pessoas, das crianças. Imagine colocar uma criança de 06 anos, 07 anos, em um ônibus que está há 20 km, 30 km de sua casa. Estamos falando de um direito humano, da defesa do ECA, do direito da criança estudar no lugar onde ela vive. Estamos falando de um direito da sociedade, não é populismo é direito constitucional”, enfatizou.

 

Fonte: Desacato.info