Nesta data também se comemora o aniversário da Previdência Social brasileira.

Porém, não há muito o que se comemorar além da resistência e da luta destes bravos guerreiros e guerreiras que seguem na luta sempre!

O que vivemos hoje é um ataque feroz aos direitos da classe trabalhadora, aos aposentados e à Previdência Social. Projeto que vem sendo implementado por vários governos, mas potencializado pelo governo de ultra direita e fascista de Jair Bolsonaro.

Os aposentados sempre pagaram a conta. Com benefícios abaixo de suas necessidades, muitas vezes básicas, como remédios, moradia e alimentação, acabam sendo responsáveis pelo sustento de suas famílias.

Sem valorização, seguem na luta sempre para sobreviver num País que não os valoriza, que não valoriza tudo o que já contribuíram pela sociedade.

O Sindprevs/SC parabeniza a todos os aposentados e aposentadas do Ministério da Saúde, INSS e Anvisa, que apesar da atual conjuntura e dos ataques dos governos nunca desistiram de seguir firmes nas fileiras do Sindicato e da luta. Obrigada por tudo o que vocês fizeram e fazem pela nossa história!

O caos na Previdência Social não é ao acaso

É um projeto que visa o desmonte do INSS e a privatização da Previdência Publica do brasileiro, para que esta caia nas mãos do mercado privado.

Já iniciamos o ano com mais uma medida esdrúxula do governo Bolsonaro. Ele anunciou a contratação de 7 mil militares da reserva para atender nos balcões do INSS.

Segundo o governo, os militares ficariam responsáveis pelo atendimento presencial, liberando servidores capacitados para a análise dos cerca de 2 milhões de processos represados por falta de servidores.

Estranhamente, alegando redução de custos e falta de verba orçamentária, recentemente o INSS cancelou e proibiu novos contratos para estagiários - estudantes que em situação de sub-emprego ganham cerca de 300 reais e auxiliam no atendimento, digitalização e orientação inicial de segurados nas agências. Ora, que economia é essa que agora pretende pagar (e não é pouco) para pessoas sem qualificação realizarem atendimento aos segurados mas que, concretamente, acabarão sendo estagiários de luxo?

Onde estão os números e estudos do governo acerca dos custos e viabilidade dessa decisão?

A gestão do INSS já implantou as plataformas digitais, retirando 90% do atendimento presencial nas unidades do INSS, diminuindo o tempo de atendimento e ampliando o quantitativo de processos aguardando análise, demonstrando também que esse projeto não deu certo. Com o "INSS Digital muitos trabalhadores(as) passaram a buscar intermediários para acessar as informações ou buscar um requerimento de benefício, pagando por um serviço que o Estado deveria fornecer. Além disso, o governo anunciou recentemente fechamento de 50% das unidades do INSS, com consequências diretas no acesso ao direito da população brasileira.

Sem força de trabalho humana e qualificada não será possível reconhecer o
direitos de milhões de trabalhadores(as) que aguardam há meses para acessarem seus benefícios, muitas vezes a única fonte de renda para garantir sua subsistência. Por outro lado, os(as) militares que aderirem a essa atrocidade estarão concordando com a precarização da maior política pública deste país.

Os servidores que remanescem trabalham sobre pressão para atingir metas por produtividade e vivenciam situações de assédio moral institucional cotidianamente. Sem condições mínimas de trabalho, na grande “era digital” anunciada massivamente pelo presidente do instituto, nem mesmos os sistemas funcionam, o resultado é grande parcela dos(as) servidores(as) adoecidos e afastado do trabalho. Para o ministro, a solução é realizar o grande “pente fino” de perícias nos servidores(as), obrigando a retornarem ao trabalho mesmo adoecidos.

É dever do governo para com a sociedade e aos(às) trabalhadores(as) responder a essas perguntas:

  • Se 90% do atendimento está sendo realizado pelos canais remotos, como se explica colocar sete mil militares para atender 10% da demanda do INSS?
  • Se tem orçamento para custear pagamentos de militares, por que o governo não investe em concurso público?
  • Considerando a complexidade da matéria previdenciária, como a gestão do INSS vai transformar militares em especialistas previdenciários em curto espaço de tempo?

Portanto, o INSS não precisa de intervenção militar e sim um projeto de gestão voltado para sua missão institucional, com concurso público, investimento na carreira do Seguro Social, na saúde do(a) servidor(a) e atendimento digno a população brasileira.

A Defesa das aposentadorias, dos direitos dos aposentados e da Previdência Social Pública é dever de todos e todas!

Neste dia não vamos só comemorar a data e sim cobrar do governo respeito e dignidade aos aposentados e a toda classe trabalhadora!

Sigamos juntos!

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