Vivemos um momento peculiar da luta contra as diversas formas de opressão. Por um lado, é crescente o engajamento nos movimentos negro, de mulheres e feminista e pela causa LGBT. As pessoas estão mobilizadas em torno de direitos, defendendo a equidade, ou seja, mais oportunidades para quem tem menos condições, rompendo com os estigmas e preconceitos de toda a natureza. No entanto, em resposta aos bons ventos da transformação, a intolerância e a violência crescem a passos largos, o que impõem ao sindicato a tarefa de atuar no combate a essas práticas com ações que dialoguem e sensibilizem as pessoas.

Com essa proposta, o sindicato lançou em 2016 a campanha “Sindprevs/SC diz não ao machismo, ao racismo e à LGBTfobia”, desenvolvida pelo núcleo de Gênero, Raça e Etnia da entidade e que tem como objetivo debater as diversas formas de preconceito que ocorrem no mundo do trabalho, com enfoque no ambiente laboral da categoria.

“É uma forma de retomar o debate com nossa categoria, diante das demandas apresentadas nos locais de trabalho. A ação visa sensibilizar os trabalhadores para a inclusão e a tolerância, além de estimular a discussão sobre este tipo de violência no trabalho. É preciso refletir sobre as formas de preconceito, possibilitando que a categoria identifique situações de racismo, machismo e homofobia e as denuncie”, diz Vera Lúcia da Silva Santos, coordenadora geral do Sindprevs/SC e integrante do Núcleo de Gênero, Raça e Etnia.

A campanha foi lançada durante o IVº Seminário de Gênero e Raça do Sindprevs/SC e conta com material de apoio, como cartazes e um vídeo* desenvolvido para conscientizar  servidores, para que não sofram e também não reproduzam práticas preconceituosas. * Assista em: www.sindprevs-sc.org.br – Vídeos

Conscientizar a classe trabalhadora sobre a violência contra negros/as, mulheres e comunidade LGBT

Resultado da atuação do Núcleo de Gênero, Raça e Etnia, criado em novembro  de 1999, o Sindprevs/SC já realizou quatro edições do Seminário de Gênero e Raça para debater com os/as servidores/as essas questões que tocam o dia a dia do trabalho e também pela compreensão de que um mundo mais justo só pode ser construído quebrando preconceitos.

“O Sindprevs aposta em um mundo igualitário onde possamos ensinar e aprender com as nossas diferenças, respeitando e criando perspectivas, dando visibilidade para negros/as, às mulheres e suas especificidades e à comunidade LGBT”, destaca Fátima Regina da Silva, Diretora da Secretaria Geral do Sindprevs/SC e integrante do Núcleo de Gênero, Raça e Etnia.

O primeiro seminário de Gênero e Raça do Sindprevs/SC aconteceu em 1997 e trouxe para a discussão “A discriminação racial no mercado de trabalho”. A segunda edição foi realizada em 1998, porém, não temos em nossos arquivos memórias do encontro. No espírito ativista dos primeiros Fóruns Sociais Mundiais de Porto Alegre, foi em 2000, no mês de maio, que o Sindprevs/SC realizou o IIIº Seminário de Gênero e Raça.

O encontro colocou em evidência a saúde da população negra e das mulheres, como o tema “A diversidade e as políticas públicas de saúde”. A quarta edição do Seminário de Gênero e Raça, realizada em Florianópolis entre 17 e 19 de novembro de 2016, dividiu os debates nos três  eixos da campanha: LGBTfobia, Machismo e Racismo, de forma que cada tema perpassasse o outro. O evento contou ainda com uma intensa programação cultural, com performances teatrais, música e dança.

Gênero, Raça e Etnia

O Núcleo foi criado em novembro de 1999 com a proposta de discutir com a categoria questões relativas ao racismo e ao machismo, incorporando atualmente também a luta da população LGBT. 

Já produziu uma série de materiais de conscientização como um informativo sobre a Anemia Falciforme, a cartilha “Diversidade e as políticas públicas”, reunindo o conteúdo dos debates do 3º seminário e folders e, mais recentemente, a Campanha contra o machismo, o racismo e a LGBTfobia. Com atuação na Secretaria de Gênero, Raça e Classe da Fenasps,o Núcleo também esteve presente no Fórum Social Mundial, em 2000  na III Conferência Internacional de Combate ao Racismo em Durban, Africa do Sul, em 2001.

A gestão 2017-2020, “Nenhum Direito A Menos”, aposta neste debate com a categoria por entender que estereótipos e preconceitos afetam as pessoas no cotidiano de trabalho, além de ter a compreensão de que um mundo  mais justo e igualitário só pode ser construído rompendo o ciclo histórico do preconceito racial, de gênero e de orientação sexual.

:: Esse conteúdo faz parte da edição comemorativa da Revista Previsão - Especial 30 anos ::