Por Luis Fernando Machado, Diretor do Departamento de Política e Organização de Base do Sindprevs/SC

No mês de setembro eu participei os(as) diretores(as) Vera Lúcia da Silva Santos, Maria Goreti dos Santos e Roberto Machado de Oliveira de uma reunião no Hospital Florianópolis, para eleger os novos diretores de base. Essas reuniões estão ocorrendo em todo estado desde maio de 2018, é uma questão estatutária. Fazia alguns anos que eu não participava de uma reunião lá, eu pedi desculpas para os servidores pela ausência. Foi emocionante reencontrar companheiros de tantas lutas, que hoje são servidores cedidos ao Estado. Foram eles que me ensinaram tudo que eu sei sobre organização de base, sobre política, me ensinaram a fazer paralisação e a ser socialista. A greve dos servidores federais no Hospital Florianópolis é que dava o norte das greves nacionais. A gente chegava às 5 horas e o pessoal da enfermagem fazia triagem na emergência e explicava para a população os motivos da greve. E a população entendia e sabia que a qualidade da saúde dependia daquela luta. 

Esses servidores devem voltar a participar mais ativamente do Sindicato, principalmente os servidores cedidos. Não existe gestão do Sindicato sem a base. Os cedidos são perseguidos moralmente, politicamente, é uma discriminação geral. Os Sindicatos e a Federação precisam olhar para isso. Foi esse pessoal que construiu o Sindicato. Se o INSS, Ministério da Saúde e Anvisa possuem hoje planos de carreiras devem em grande parte agradecer às lutas dos servidores que hoje estão cedidos. Nós erramos quando permitimos salários e carreiras diferenciadas dentro da mesma categoria. O que ocorreu com o Ministério da Saúde vai acontecer agora com o INSS.

A base faz acontecer

A base tem que estar dentro do Sindicato, não somente os 21 eleitos para a Direção Executiva. É a base que provoca a greve e todos os movimentos que são encaminhados. Foi assim nas greves de 2012 e de 2015. E agora que 70% dos filiados do Sindicato são aposentados e pensionistas, a luta e a participação dos ativos é ainda mais importante. Para fortalecer esse sindicato, todos precisam estar no sindicato. Durante a greve, muitos servidores participam das mobilizações e eventos porque a greve é de toda categoria. Então porque depois que acaba a greve eles não continuam no sindicato? Quem eles acham que vai encaminhar as lutas da categoria se o Sindicato não tiver condições de fazer isso.

É fácil você colocar a culpa na conjuntura, mas a base continua com as mesmas lutas que a gente encaminhou no passado. E a gente lutava pra não precisar receber ‘complementação do salário mínimo’, hoje eles lutam pela 
incorporação da gratificação.

Muitos diretores vieram para um Sindicato já fortalecido e estruturado. Não passaram pela organização de base, que é uma escola. Não fizeram corpo a corpo pra distribuir as publicações do sindicato nos locais de trabalho. Temos que resgatar esse contato no momento da distribuição da nossa produção de impressos e informações do Sindprevs/SC.

Eu, como membro da Direção não estou acima de ninguém, estou ao  lado. Já tivemos diretores no passado, pessoas instruídas, que ajudaram a criar o Sindicato e a Federação,  como o Hélio Silva, o Luis Fernando Silva e o Ademir Rosa. Avalio que o Sindicato precisa voltar para a base, o futuro desse sindicato depende disso. A entidade não pode olhar só para o seu umbigo, porque o caos na educação e na saúde afetam todos os trabalhadores.

:: Esse conteúdo faz parte da edição comemorativa da Revista Previsão - Especial 30 anos ::

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