Dirigentes do Sindprevs/SC - Vera Lúcia da Silva Santos, Luciano Veras, Rosemeri Nagela de Jesus e Cleusa Pereira - reuniram-se com o novo Gerente Executivo de Florianópolis, Rodrigo Schneiders Brasiliense da Silva, no dia 10 de dezembro. Na pauta, a discussão sobre os problemas enfrentados pelos servidores no cotidiano de trabalho, além de apresentar o sindicato, suas atribuições e atuação no estado.

A reunião foi marcada após os atos do dia 8 de dezembro, ocorrido em vários locais do estado, em que o sindicato procurou dialogar com os segurados e com a população sobre o caos enfrentado atualmente no atendimento do INSS. Ainda no dia 8, os servidores colheram assinaturas para um abaixo-assinado que solicita o retorno do atendimento presencial nas agências.

Durante a reunião, a Gerência se colocou à disposição para solução dos conflitos, disse estar aberto ao diálogo e para receber as demandas do sindicato em busca de solução conjunta. Na oportunidade, o Gerente que também é servidor concursado, no quadro do INSS desde 2005, expôs um pouco de sua trajetória ainda no Rio Grande do Sul e a atuação em áreas meio e finalísticas da autarquia, assumindo também a Gerência Executiva de Santa Maria, antes de seu atual cargo em Santa Catarina.

Os Diretores do Sindprevs/SC expuseram um pouco da história de nosso sindicato, reforçou os acordos já firmados com a Superintendência e Gerentes anteriores quanto à atuação sindical dos Delegados de Base, comparecimento em eventos, plenárias e Assembleias estatutárias, nas quais devem ter seu ponto abonado. Observaram que o sindicato sempre comunica a gestão com antecedência sobre eventos e atividades e que controla o comparecimento dos participantes. Ressaltaram também a importância da participação dos servidores em nessas ocasiões que, em conjunto com a mobilização e engajamento da categoria, garantem os direitos conquistados e que ainda lutamos para não serem retirados.

Discutiu-se então alguns pontos relevantes da pauta anteriormente enviada: 1) o acesso da direção sindical e servidores aposentados à Agência INSS; 2) atendimento presencial; 3) Serviço Social; 4) reformas dos prédios – Agência Palhoça e Agência Continente; 5) lotação e afastamentos dos servidores.

Quanto ao acesso aos locais de trabalho, o Gerente assegurou que o sindicato tem liberdade de atuação nos locais de trabalho em visita aos servidores.

O sindicato relatou as dificuldades enfrentadas pelos segurados considerando o novo modelo de atendimento adotado pela autarquia e a importância do atendimento presencial e de se recompor o quadro de servidores. O gerente informou que já existe previsão para concurso de cerca de 7 mil servidores e que o novo Presidente, em reunião, orientou a toda gestão ouvir os servidores das agências para melhor entendimento e solução dos problemas e dificuldades encontradas.

Os diretores presentes também ressaltaram que cresce a insatisfação da categoria quanto ao método de aferição e distribuição das metas e pontos. O atual modelo mais do que auxiliar na produtividade, assedia e pressiona os poucos servidores que ainda remanescem no atendimento a aderirem a algum programa de gestão, já que suas pontuações são muito baixas e as tarefas muitas vezes são de cumprimento de longo prazo, inviabilizando a pontuação e o atingimento de metas. Observou-se também que várias agências do estado já não contam com perícia médica e tanto servidores quanto segurados precisam se deslocar para ter atendimento.

O Gerente apontou que na Região de abrangência da GEXFLO, atualmente, só Alfredo Wagner não conta com perícia. Pretende alterar a forma como são feitas e marcadas as perícias médicas de servidor, que poderá encaminhar o atestado médico por e-mail, facilitando a tramitação e análise. As perícias também serão realizadas por médico perito nas próprias agências de lotação do servidor e que isso deve melhorar o atendimento das inúmeras demandas represadas.

Sobre benefício por incapacidade, informou que realmente existe o projeto de uma Agência BI e que, atualmente, a SR3 esta desenvolvendo tal iniciativa a partir do aluguel ou permuta de prédio no centro pelos imóveis que o INSS possui na Mauro Ramos e Agência Continente, que se encontra desativada após ação do MPT, sem previsão de uso ou reforma dado o alto custo para torná-la novamente operacional.

O sindicato também informou do alto índice de adoecimento de servidores, muitos em trabalho remoto, sem qualquer ajuda de custo ou maiores incentivos, treinamento, capacitação ou assessoria técnica disponível. Relatou que vários agora estão sendo intimados a entregar os computadores levados da autarquia por empréstimo, mesmo sem ter equipamentos em casa para continuar o trabalho.

O gerente disse que a Superintendente Regional deverá editar normativa prorrogando o ato sobre os empréstimos da máquinas e que também não vê razão para a devolução nesse momento, uma vez que sobram computadores na autarquia. Ele reforçou que está montando um laboratório para treinamento presencial com esse excedente, de forma a também atender a demanda e a necessidade de treinamento e capacitação que os servidores vêm solicitando.

Indagado sobre a data em que efetivamente começarão as reformas na APS Palhoça, firmou que seria no dia 13 de dezembro e que conversou com todos os servidores de modo deixar optarem pelo melhor local para ficarem em exercício durante as obras.

Ao final, e tendo em vista que a pauta do Serviço Social necessitaria de uma discussão mais aprofundada, sindicato e gerência acordaram realizar uma nova reunião com a presença da Superintendência Regional na primeira quinzena de janeiro. O gerente Rodrigo se colocou a disposição para intermediar e ajudar no agendamento da reunião junto a SR3.

O sindicato avalia como positiva as tratativas e conversas com o Gerente Executivo de Florianópolis e orienta a toda categoria a se manifestar acerca das dificuldades diárias enfrentadas no cumprimento de suas atribuições, já que segundo dito em reunião o Presidente do INSS orientou para que os servidores sejam ouvidos.

Estamos nos marcos de uma proposta de emenda constitucional que destrói o serviço público e vários dos direitos tão arduamente conquistados. Vivenciamos diariamente o sucateamento e a depauperação das condições de trabalho e da própria missão do seguro social e de nossa identidade enquanto servidores que executam a política previdenciária no país. Portanto, mais do que nunca é preciso estarmos mobilizados e unidos se quisermos barrar tais ofensivas que não só destroem nossa razão de existir, mas excluem e retiram o acesso a direitos a milhões de trabalhadores brasileiros.

Sigamos juntos pois nada é impossível ou imutável quando atuamos coletivamente.

Só a luta muda a vida.

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